Imóveis abandonados do Metrô degradam região do Brooklin

Tapumes acinzentados com o logo azul do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) significavam uma boa notícia para moradores da zona sul de sp: a tão esperada chegada dos túneis do metrô à região. Hoje, no entanto, simbolizam abandono. Sujos, pichados e rodeados de mato e entulho, estão virando símbolo da degradação dos imóveis desapropriados pelo Estado em Moema, Brooklin e Campo Belo.

Com a suspensão da licitação da linha 5-Lilás após suspeita de conluio de empresas, dezenas de casas, lojas e terrenos de uma das áreas mais valorizadas da capital foram praticamente esquecidas. Ninguém atualmente trabalha efetivamente ali. E, ao longo das avenidas Ibirapuera e Santo Amaro, as principais artérias da região, é possível ver mais de dez pontos de degradação, com imóveis servindo de depósito irregular de lixo e áreas invadidas por sem-teto, segundo o corretor Cláudio Maracá, que há 12 anos trabalha em uma imobiliária de Moema.

– Isso desvaloriza os bairros. Está todo mundo com medo de estender contratos de locação ou investir em novos comércios sem saber o que vai acontecer por aqui […] À noite, a gente vê moradores de rua tentando passar pelos tapumes para dormir ali dentro, o que aumenta a sensação de insegurança.





A linha 5-Lilás vai hoje do Capão Redondo a Santo Amaro, na zona sul. Tem seis estações e oito quilômetros de extensão. Com a ampliação, terá 17 estações e 20 km. O Estado decretou a desapropriação de 290 imóveis – 180 já vagos, em posse do Metrô -, que incluem imóveis de alto padrão, como no quarteirão da avenida Ibirapuera entre as avenidas Cotovia e dos Eucaliptos, na região do Shopping Ibirapuera. Há ainda comércios que fecharam as portas nas redondezas das futuras estações esperando faturar com novos empresários interessados na região. Sem a licitação do Metrô, ganharam também pichações, lixo e mato.

Metrô

O Metrô de São Paulo pediu uma revisão completa dos imóveis e terrenos desapropriados nos bairros de Santo Amaro, Brooklin, Campo Belo e Moema, na zona sul, para detectar e evitar os pontos de degradação. Segundo o presidente da companhia, Sérgio Aveleda, a situação de abandono já foi notada pelo Metrô, que agora procura remediar o problema o mais rápido possível.

– Temos uma preocupação imensa com esses imóveis e vamos zelar para que não fiquem degradados […] Os edifícios vão ser demolidos, e rápido, para evitar invasões. Já os terrenos estão passando por uma revisão completa, vamos tirar o lixo, cortar o mato e trocar tapumes.

Segundo ele, há vigilância 24 horas nos endereços desapropriados.

– Também estamos colocando à disposição dos moradores um telefone da Ouvidoria do Metrô, o (11) 3371-7304, para receber denúncias.

Fonte: R7





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